segunda-feira, 22 de março de 2010

A IMPORTÂNCIA DA VEGETAÇÃO RIBEIRINHA

O regime dos cursos de água da nossa região varia muito ao longo do ano devido à irregularidade da precipitação. No Verão o caudal reduz-se muito, chegando mesmo a secar nalguns troços do percurso dos rios e ribeiras. No período das águas altas os caudais aumentam de tal modo que ultrapassam largamente o leito normal do rio, invadindo as margens. A força da corrente, arrastando sedimentos de vários calibres, tem uma capacidade erosiva muito elevada. No caso de cursos de água em que a vegetação ribeirinha é muito reduzida ou mesmo ausente, o efeito erosivo é devastador porque vai haver um rápido escorrimento superficial para o curso de água e a força da corrente vai desgastar as margens, alargando o leito e arrastando grandes quantidades de materiais que serão depositados quando a força da água diminuir, mais a jusante. Daqui decorre que é fundamental manter a vegetação que se encontra nas margens dos rios e ribeiras, tanto no que respeita às árvores, como ao estrato arbustivo e herbáceo. Este conjunto de plantas tem também como função muito importante facilitar a infiltração da água no solo. A vegetação dos leitos e das margens torna estas áreas permeáveis, permitindo a circulação da água entre o lençol freático e a superfície. Sem o efeito que as raízes têm, ao tornarem os solos menos compactos, a água teria mais dificuldade em se infiltrar para recarregar os aquíferos, afectando as nascentes, as quais podem mesmo chegar a secar.
Muitos outros aspectos há a considerar para que se cuide e proteja a vegetação ribeirinha. No que respeita à actividade agrícola, desempenha uma função de filtro dos poluentes utilizados nas culturas, a maioria dos quais não irá chegar ao curso de água. As folhas que caem das árvores constituem importante alimento para as diferentes formas de vida que se desenvolvem na água, desde os microorganismos que degradam a matéria orgânicas até aos peixes. Abrigando uma fauna muito diversificada, as galerias ripícolas são muito importantes para controlar pragas que afectam as culturas
Qualquer intervenção sobre este ecossistema está sujeita a condicionantes que se justificam plenamente dada a sua importância e também para evitar desastres irreversíveis que já aconteceram em muito cursos de água, resultantes de acções que transformaram artificialmente estes sistemas naturais.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Acção de Limpeza das margens do rio Xévora

No passado dia 20 de Fevereiro, pelas 14.30, decorreu a primeira acção de limpeza das margens do rio Xévora, actividade integrada no Projecto Xévora Vivo.
Contou-se com a participação de 11 voluntários pertencentes a várias instituições de Campo Maior, nomeadamente, a Associação ALDEIA – Projecto RAIA, a Escola Secundária, Academia Sénior e Câmara Municipal. Também contou com voluntários provenientes de Portalegre.
A intervenção foi realizada no local da Nossa Senhora da Enxara ao longo de 500 metros na margem esquerda do rio, de montante para jusante, e cerca de 100 metros na margem direita.
Foram recolhidos cerca de 400 quilos de lixo, entre o qual se encontraram garrafas de vidro e de plástico, latas, caricas, tapetes, pneus, esponjas, baterias de carro, sacos e até mesmo um frigorífico, entre outros materiais inertes..
Devido ao adiantado da hora, tornou-se impossível a recolha nos restantes 4oo metros na margem direita do rio.
A equipa de recolha do lixo ficou impressionada com a quantidade de lixo encontrada nesta pequena área protegida, pertencente à Rede Natura 2000 do Concelho.
A próxima acção de limpeza será agendada para uma data a anunciar, posterior às festas da Nossa Senhora da Enxara, de modo a inferir o impacto, em termos de poluição por inertes, deste evento neste património natural.