domingo, 10 de abril de 2011

BIODIVERSIDADE MELHORA QUALIDADE DA ÁGUA DOS RIOS

O jornal Público, na sua secção Ecosfera, publica uma notícia sobre um estudo que demonstra que existe uma relação entre a biodiversidade existente no ecossistema e a qualidade da água dos rios, evidenciando que quanto maior o número de espécies, maior a quantidade de poluentes que são removidos e digeridos. A versão integral deste estudo norte americano foi publicado na revista Nature.  Neste estudo, foram recriados em laboratório 150 ecossistemas , representativos de rios específicos. A biodiversidade melhora a qualidade da água dos rios - o que o bom senso já dizia a qualquer cidadão, tem agora, mais dados científicos a juntar aos existentes, que corroboram este facto.

O projecto Xévora Vivo sugere a leitura deste artigo do jornal o público (in: http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1488942 ) e do estudo publicado na revista Nature http://www.nature.com/).

PROTEGENDO A BIODIVERSIDADE AJUDAMOS O NOSSO RIO XÉVORA!

quarta-feira, 16 de março de 2011

O que faço pelo ambiente da minha região na romaria da Nossa Senhora da Enxara?

Ermida de N. Sr.ª da Enxara
Fonte: Portal da Câmara Municipal
de Campo Maior
As "festas" da Nossa Senhora da Enxara e a habitual romaria da população para a zona do santuário, acampando nas margens do "nosso" Xévora, aproximam-se. Muitas marcações de terreno já estão feitas e os grupos de diversão, já combinam de forma frenética, algumas actividades e iniciativas para passarem aqueles dias e noites. Isto,  faz-nos lembrar o desafio que lançámos em Janeiro, em que demos como exemplo a zona ribeirinha que o Projecto Xévora Vivo adoptou e como esta fica em termos ambientais após a Páscoa (vide. http://xevoravivo.blogspot.com/2011/01/o-que-eu-ja-fiz-pelo-ambiente-da-minha.html) : 

O que eu já fiz pelo Ambiente da minha região? 

E o que poderei fazer?

Ninguém nos apresentou sugestões de como poderá ser melhorado em termos ambientais nestas festividades que todos apreciamos tanto. Apenas foi deixado um testemunho, na secção de comentários, de como uma família tenta preservar o ambiente da zona que ocupa durante esta apreciada romaria. Iremos, à frente, transcrever este depoimento, que também é importante e corajoso. Mas levantam-se algumas questões que são dirigidas a todos para reflexão:

- Será que todas as pessoas fazem o indispensável para manterem limpa a zona que ocupam e frequentam?


- Será que a existência de mais alguns contentores, como os da figura, colocados em locais estratégicos, para depois serem recolhidos, melhoraria a situação?

- Será que seriam úteis painéis informativos da biodiversidade existente no local para sensibilizar as pessoas para a importância ambiental do mesmo? E de algumas regras básicas para estarem no local também ajudará?

- Será que se houvesse um grupo de voluntários, que durante uma manhã, fizesse uma acção de sensibilização e de limpeza junto dos populares ajudaria à mudança de atitudes? Ou seria melhor uma acção do SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) da GNR, com uma fiscalização e consequentes autos aos infractores?

São "vários os serás"  que se poderiam colocar em novas questões, mas muito mais, aquilo que cada um, na sua consciência, poderá fazer para preservar este local que tanto gosta e levar outros a seguirem-lhe o exemplo.

Um anónimo, que também não indicou a idade, mas que pelo texto aparenta ser jovem, deixou-nos o seu testemunho a 3 de Fevereiro e que aqui transcrevemos como disséramos atrás:

"Olá!
Têm razão! São muito divertidas as Festas da Enxara, porque existe muito convívio e camaradagem, apesar de algumas vezes, lá mais para a noite haver reboliço da malta mais animada, mas fica tudo muito sujo. Quando vamos fazer as marcações no ano seguinte, uns tempos valentes antes das festas, ainda se encontra porcaria dos anos anteriores. Aliás, de vários anos anteriores, o que as águas das cheias da ribeira não conseguiram levar.
Os meus pais põem sempre uma caixa com um saco preto grande, que é onde pomos todo o lixo que depois levamos e metemos no contentor. O meu pai costuma dizer que quer tudo limpo, senão no ano que vem como ficamos no mesmo sítio lembramo-nos como fomos porcos. as idas à casa de banho é que ainda são uma chatice
."

Este ano, na Romaria da Nossa Senhora da Enxara, pensemos neste assunto e como poderemos conciliar toda a festividade, diversão e tradição, com o respeito pelo ambiente da região. Lembrem-se...

... respeitar o ambiente, 
é respeitar-nos a nós próprios!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Curso "Recuperação Natural de Ecossistemas Ribeirinhos e Taludes: a engenharia natural ao serviço da natureza"



O Projecto Xévora Vivo transcreve um artigo do espaço ecosfera do jornal Público, ajudando na divulgação de um Curso de "Recuperação Natural de Ecossistemas Ribeirinhos e Taludes", que decorrerá nos próximos dias 19 e 20 de Março no Algarve. É um curso gratuito, mas de inscrição obrigatória até 16 de Março.


"A Almargem - Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve realiza a 19 e 20 de Março o curso "Recuperação Natural de Ecossistemas Ribeirinhos e Taludes: a engenharia natural ao serviço da natureza", no auditório Vila Galé Albacora e Perímetro Florestal da Conceição, Tavira.

"Inserida nas comemorações do Ano Internacional da Floresta, esta Acção de Formação surge pela necessidade de alertar e sensibilizar para a importância da correcta gestão e preservação dos espaços florestais e também fornecer aos técnicos regionais de ambiente, decisores e planeadores, ferramentas úteis menos ofensivas e melhor integradas no meio natural, que permitam requalificar os espaços naturais em particular os ecossistemas ribeirinhos", explicam os organizadores.

"Com este curso, pretende-se dar a conhecer as vantagens da utilização destas técnicas de construção natural, face às técnicas de construção tradicionais, de modo a garantir a sustentabilidade dos ecossistemas florestais e ribeirinhos".

Público-Alvo: Técnicos ambientais, florestais e agrícolas, Arquitectos Paisagistas, Engenheiros Civis, Estudantes das referidas áreas, assim como a proprietários de terrenos e herdades com formação superior.

O curso será gratuito, graças à parceria entre a Almargem e o Projecto RICOVER. 

As inscrições são obrigatórias e limitadas a 25 participantes e deverão ser efectuadas até 16 de Março. 

Contactos:
Telef: 289.412.959

Email: almargem@mail.telepac.pt  
ou        smarques@almargem.org 


Fonte do artigo:
 Para saber mais: 

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Reflexão de Amparo Sereno sobre a cooperação Luso-Espanhola na gestão dos recursos hídricos

Amparo Sereno é uma investigadora  da EURONATURA, que é uma Ong direccionada para o direito ambiental e desenvolvimento sustentável, que apresentou recentemente uma reflexão sob o lema "rios que nos separam, águas que nos unem", onde aborda várias aspectos da relação Luso-Espanhola na gestão dos rios ibéricos e respectivas bacias hidrográficas.


O "nosso" rio Xévora, embora não referido directamente (tal como outros rios de maior dimensão), pelas suas características, está também perfeitamente contextualizado no texto desta reflexão, que vai desde a importância dos rios para a demarcação das fronteiras entre os dois países, até à política europeia das águas e actual Directiva-Quadro.

O Projecto Xévora Vivo recomenda a leitura desta reflexão.

Texto em:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=21&exmenuid=76&bl=1&cid=30479

Para saber mais: 
http://www.euronatura.pt/

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ano Internacional das Florestas - 2011

Depois do Ano Internacional da Biodiversidade em 2010, foi lançado oficialmente na passada quarta-feira, dia 2 de Fevereiro, na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que decorreu na sua sede em Nova Iorque, o Ano Internacional das Florestas que se comemorará ao longo de 2011.   Este é o reconhecimento global da necessidade urgente de se tomarem medidas de preservação do ambiente.

O lema proposto pela ONU é "Florestas para a gente", salientando o papel que as florestas desempenham a vários níveis, que vão desde a conservação da biodiversidade, à mitigação das alterações climáticas, ao fornecimento de medicamentos, recursos naturais, entre muitos outros exemplos possíveis de referir, sendo a base de subsistência de pelo menos, 1 600 milhões de pessoas no mundo. 

A sensibilização, o desenvolvimento sustentável, com uma gestão e conservação dos recursos florestais é um assunto global, que a todos diz respeito.

Em 2011, também vamos estando...
comemorando as florestas para as pessoas!


Site oficial do Ano Internacional das Florestas:
http://www.un.org/en/events/iyof2011/index.shtml

Festival Internacional de Cinema das Florestas:
http://www.jhfestival.org/forestfestival/index.htm

Texto da agência de notícias da ONU:
http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=37447&Cr=forest&Cr1=

Vídeo oficial da ONU - Ano Internacional das Florestas:
http://www.unmultimedia.org/tv/webcast/2011/02/12797.html

sábado, 29 de janeiro de 2011

As alterações climáticas e os seus efeitos nas florestas mediterrânicas

As alterações climáticas intensificaram o grau das secas e aumentaram a frequência de longos períodos sem precipitação, o que fez potenciar os efeitos deste factor na biosfera, nomeadamente, na floresta mediterrânica. Esta é uma das principais conclusões de cientistas espanhóis e holandeses, que durante 20 anos (entre 1987 e 2007) estudaram este fenómeno  e publicaram na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, a 10 de Janeiro de 2011 (http://www.pnas.org/content/108/4/1474.full).  
Este fenómeno foi registado em Espanha e também se observa em Portugal, a sul do rio Tejo, onde a influência mediterrânica é mais significativa, verificando-se uma redução notável na folhagem das árvores, o que compromete o futuro destes ecossistemas.

A relação é óbvia e fácil de perceber:
- sobrepondo os mapas que representam períodos de secas e respectivas regiões mais afectadas, com os mapas que representam a densidade da folhagem nas copas das árvores, verifica-se uma correspondência nítida na diminuição (perda) de folhagem. As árvores ficam “despidas”;

- a falta de água é um estímulo ao qual, por questão de sobrevivência, é forçoso dar uma resposta que implica um esforço de adaptação às novas condições. Uma das respostas passará por aumento da concentração do ácido abscísico, comportamento típico perante situações de stress hídrico, que fisiologicamente, implica um menor desenvolvimento da planta e uma promoção da abscisão (queda) de folhas e até de ramos ou troncos.  Com a diminuição da água disponível, havendo uma menor área da planta (devido ao menor número de folhagem e de ramos) para suportar, aumenta-se a probabilidade de sustentabilidade do indivíduo e respectiva sobrevivência, até estarem repostas as condições ambientais ideais.
 
Mas quais as reais consequências:
- com o prolongamento da frequência destas condições ambientais, as espécies ficam mais vulneráveis e a sua recuperação pode não ocorrer da forma que o ecossistema necessita, implicando uma diminuição drástica no número de indivíduos e, nos resistentes, uma redução irrecuperável na folhagem;

- as plantas são seres autotróficos que realizam a fotossíntese, sendo as folhas os órgãos privilegiados para a realização das grandes taxas deste processo bioquímico, que retira CO2 da atmosfera. Com a redução da folhagem, ocorre de forma directamente proporcional, uma redução da taxa fotossintética e as florestas assimilam menos CO2 da atmosfera. As florestas absorvem cerca de 1/3 do CO2 produzido nas actividades humanas. O aumento da concentração deste gás na atmosfera, potencia as alterações climáticas e a probabilidade de ocorrência de novos períodos de seca, como é do conhecimento geral;

- as plantas são seres produtores e ocupam o 1.º nível trófico, estando na base das cadeias alimentares, o que implica que nos ecossistemas onde estão integradas estas árvores, ocorre  uma interrupção das cadeias alimentares que sustentam, directamente ou indirectamente, os restantes seres vivos (consumidores e decompositores) associados;

- a diminuição de biomassa torna as florestas menos ricas, a todos os níveis, incluindo económicos, comprometendo a conservação da biodiversidade dos ecossistemas, que fica seriamente ameaçada.

Fontes:

Para saber mais:

domingo, 23 de janeiro de 2011

Nova publicação online - revista "Ecologi@" - da Sociedade Portuguesa de Ecologia

A Sociedade Portuguesa de Ecologia (Speco) lançou este mês, o primeiro número da sua revista de divulgação da ciência ecológica, promovendo a ligação entre a sociedade, o ambiente e a ciência, tornando-se acessível a todas as pessoas. É a revista "Ecologi@", uma publicação quadrimestral e gratuita que tem como editora principal, a investigadora Paula Sobral da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa e, que reúne também, um vasto e prestigiado conjunto de revisores formado por professores universitários de vários pontos do país.

É possível termos acesso gratuito a documentos para download, artigos de opinião, artigos de divulgação, artigos de revisão, artigos científicos, entrevistas, teses de mestrado e de doutoramento, projectos, destaques, etc..

Na sessão de lançamento, foi formulado um convite a todos os investigadores do mundo académico dedicados às ciências ecológicas, para que publiquem os seus artigos na "Ecologi@". Certamente,  poderemos ler alguns artigos e estudos interessantes sobre ecologia ribeirinha e, quem sabe, no futuro, algum da autoria do Projecto Xévora Vivo?!

Leia a revista Ecologi@ em:

sábado, 15 de janeiro de 2011

O que eu já fiz pelo Ambiente da minha região? E o que poderei fazer?

Ao longo dos tempos, o Homem foi vivendo na natureza mas foi-se esquecendo, em parte, de viver com ela, a natureza. Esqueceu-se de partilhar a sua própria existência com o meio natural, como sendo este, uma extensão de si próprio. De vez em quando, somos lembrados e quando a natureza dá um espirro, nós "apanhamos" uma pneumonia.
Quando olhamos em redor temos a certeza que somos uns privilegiados porque podemos desfrutar de uma grande panóplia de ofertas que o ambiente nos proporciona. Pensemos, por exemplo, nas festas da Nossa Senhora da Enxara, que cativam a larga maioria dos campomaiorenses, que anualmente, em romaria, acampam nas margens do Xévora. Também se "dão graças" por se ter aquele espaço que tantos acolhe. E as pessoas reparam nas características do local com atenção... tanta... que atempadamente escolhem e demarcam o sítio dos seus acampamentos. Mas o "meio local", também repara nas pessoas, principalmente quando as festas terminam e, se pudesse exprimir-se em fala ou pensamento, talvez as suas palavras fossem algo do género:
 - Como eu estava e como fiquei!
- O que passou por aqui? 

As festas da Nossa Senhora da Enxara podem ser o mote para todos pensarmos no que já fizemos pelo ambiente da nossa região. Por exemplo:

- O que faço (ou já fiz) pelo ambiente quando vou para as festas da Nossa Senhora da Enxara? 

- O que podem entidades (como a autarquia, Junta de Freguesia, Diocese, escolas, empresas, etc.) fazer pelo ambiente nos arredores do santuário? 

O projecto Xévora Vivo lança este desafio a toda a comunidade, convidando-os a deixarem o seu testemunho, usando o espaço de comentários ou enviando por email, para proj.raia@gmail.com, o relato das suas acções em prol do ambiente, ou deixando sugestões válidas para melhorarmos a natureza. Publicaremos no blogue as melhores práticas e sugestões ambientais, as mais originais...as suas. Por isso, diga-nos:

- O que já fez pelo ambiente da região?

- E o que ainda poderá fazer?
O que já fiz pelo ambiente?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Monumentos históricos - núcleos de biodiversidade

Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHADB), estão a desenvolver um projecto, deveras interessante, e que pode ser um exemplo a seguir noutras regiões do país, nomeadamente, na nossa zona. Nesta parceria, propõem-se a recuperar monumentos, como igrejas e ermidas históricas, que irão funcionar como núcleos de biodiversidade no Baixo Alentejo, numa clara promoção do turismo ambiental, que cada vez mais, tem apreciadores e praticantes.
Esta iniciativa tem uma dupla vertente: continuar a proporcionar um refúgio para algumas espécies que habitam nestes monumentos isolados e na sua envolvência mas, em simultâneo, dinamizar estes locais e divulgar o seu riquíssimo património histórico e cultural, envolvendo em ambas as situações a sociedade civil, nomeadamente, pequenos agricultores que poderão semear determinadas espécies que funcionarão como "bancos alimentares" e escolas, que poderão fazer a monitorização de fauna selvagem ameaçada, através de câmaras web instaladas em locais estratégicos. 

A ideia passa também por desenvolver uma rota turística - rota ambiental - como são os exemplos das rotas dos castelos, dos sabores e dos vinhos, que convidam os automobilistas a seguirem-lhe os passos.

Estabelecido hoje, terça-feira, dia 11 de Janeiro o protocolo formal entre as referidas entidades (que julgamos nós, pela sua pertinência, irá incluir depois outras entidades, como é o caso das autarquias e empresas locais) na Igreja Matriz de Mértola, o projecto Xévora Vivo deseja o maior sucesso à implementação desta louvável iniciativa e questiona:

- Irá expandir-se este projecto a outras regiões de interesse ambiental? 
- Esperemos que sim!
Fonte: 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A lista de todos os nomes...de plantas conhecidas

Um conjunto de 193 países membros da Convenção sobre a Diversidade Biológica que decorreu no Japão, traçou o objectivo de criar até 2020 uma base de dados online de toda a flora conhecida da Terra, não estando esta iniciativa dissociada de 1/5 das plantas mundiais estar ameaçada de extinção. Para este efeito, já se tomou um grande rumo e uma etapa está ultrapassada: A CRIAÇÃO DE UMA LISTA COM MAIS DE 1 MILHÃO DE NOMES DE PLANTAS

Esta lista, de acordo com artigo do jornal Publico de 29 de Dezembro de 2010 (http://ecosfera.publico.pt/biodiversidade/Details/botanicos-reunem-numa-lista-todas-as-especies-de-plantas-conhecidas_1472948),  foi anunciada pelos jardins botânicos de Kew e de Missouri, instituições de referência mundial em biologia vegetal.  . Esta lista contém além dos nomes científicos, sinónimos utilizados pela comunidade científica e os respectivos artigos que lhes estão associados, facilitando a pesquisa e constituindo um importante instrumento de trabalho.

Este projecto incluiu equipas de cientistas a trabalharem em 38 países e, certamente, incluirá a nossa flora ribeirinha nos 1,25 milhões de nomes científicos da lista de plantas.

A lista das plantas pode ser consultada em:

Outras bases de dados de botânica:
Fontes:


Para saber mais:

sábado, 20 de novembro de 2010

Projecto Xévora Vivo (PXV) 2010/2011 - 1.ª saída de campo (nocturna)


 


O Projecto Xévora Vivo (PXV), agora no seu segundo ano de vida, reiniciou a sua actividade, após o merecido interregno estival. Este projecto, seguindo a filosofia do Projecto RIOS, adoptou, no ano lectivo transacto, um troço de 500 m de uma linha de água. No nosso caso, a escolha recaiu sobre o rio Xévora, pelo importante valor paisagístico, biológico e cultural que as suas águas, e zonas marginais, apresentam. Alguns destes recursos, devido a factores de natureza global, à utilização local de agro-químicos na prática agrícola, mas principalmente por um uso descuidado/desregrado, por parte de algumas pessoas, durante as festividades da Nossa Sra. da Enxara, encontram-se, claramente, ameaçados. Por este motivo, nasceu o Projecto Xévora Vivo.

Este ano queremos amadurecer e, de uma forma ainda mais incisiva e eficiente, continuar a “perseguir”os objectivos que, desde o início, nos propusemos atingir, entre os quais constam: (i) contribuir para a implementação da educação ambiental enquanto área transversal na política das escolas; (ii) promover a curiosidade científica e (iii) implementar o método científico experimental.

No dia 29 de Outubro de 2010, teve lugar a nossa primeira saída de campo. Tratou-se de uma saída nocturna, que contou com a participação de um grupo de alunos do 12.º A. Estes alunos mostraram vontade de colaborar e serem parceiros do PXV, pois optaram, no âmbito da disciplina de Área de Projecto, por uma temática relacionada com a biodiversidade na região de Campo Maior. Nesta ocasião, o objectivo dos alunos consistiu em aprenderem a identificar anfíbios pós-metamorfoseados e, paralelamente, começarem a recolher dados que permitam, a posteriori, determinar a riqueza específica e a abundância relativa das espécies ocorrentes na zona da Nossa Sra. da Enxara.

Na noite citada supra, o trabalho de campo teve início às 19h00 e terminou por volta das 23h00. A metodologia adoptada na prospecção de anfíbios foi a realização de transectos pedestres, desta feita, no caminho de terra existente na margem esquerda do rio Xévora. Graças ao uso de lanternas, à disposição em linha dos elementos presentes, mas também porque as condições climatéricas eram favoráveis (temperatura amena e tempo chuvoso), foi uma noite muito produtiva, uma vez que, foram localizados 35 espécimes, entre adultos e juvenis, pertencentes a 6 espécies distintas (salamandra-de-costelas-salientes Pleurodeles waltl; salamandra-de-pintas-amarelas Salamandra salamandra; rã-de-focinho-pontiagudo Discoglossus galganoi; sapo-de-unha-negra Pelobates cultripes; sapo-corredor Epidalea calamita e rã-verde Pelophylax perezi). Epidalea calamita foi a espécie mais frequentemente encontrada, seguindo-se Pelobates cultripes.

Fotografia de Epidalea (=Bufo) calamita (juvenil em dispersão) identificado na saída de campo (Fonte: João Toscano 12.º A). Os indivíduos desta espécie não possuem a capacidade de saltar, deslocando-se, em meio terrestre, por pequenas corridas, daí a designação vernácula sapo-corredor.

Vídeo mostrando E. calamita em corrida.
(Fonte: própria)


Fotografia de Pelobates cultripes. O sapo-de-unha-negra possui um tubérculo metatarsiano muito desenvolvido (unha/espora de coloração negra), que utiliza para se enterrar em meio arenoso.


Fotografia de salamandra-de-pintas-amarelas encontrada na saída de campo.
Trata-se de uma das duas sub-espécies que ocorrem em Portugal (Salamandra salamandra gallaica).
(Fonte: própria).


Salamandra salamandra gallaica filmada na noite da saída.
(Fonte: própria).


Fotografia de Pleurodeles walt. Este batráquio é o maior urodelo (anfíbio sem cauda) da Península Ibérica. O nome vulgar deriva do facto de possuir, tipicamente, uma fileira de 7 a 9 protuberâncias de cor alaranjada que coincidem com as extremidades das costelas.


Foto de rã-de-focinho-pontiagudo. Este anuro (anfíbio desprovido de cauda), com aspecto de rã, é, na verdade, um sapo.


Foto de rã-verde Pelophylax (= Rana) perezi.

Um dos animais que deambulava pelo campo vizinho ao rio Xévora, mais precisamente um sapo-de-unha-negra, chamou muito a atenção dos alunos, pois não possuía o membro posterior direito. Esta deformidade pode ter sido o resultado, durante a fase de girino, de um acto predatório por parte de uma larva de libélula, mas também pode tratar-se de uma malformação ocasionada pela acção de contaminantes ambientais, por exemplo agrícolas.

Fotografia de Pelobates cultripes “mutante”, encontrado durante a saída nocturna de 29/10/2010.
(Fonte: própria). 


Vídeo do sapo-de-unha-negra em locomoção (mas difícil).
(Fonte: própria).

Dos 35 espécimes identificados, nem todos foram encontrados no caminho agrícola. Alguns encontravam-se dentro de infra-estruturas, largamente utilizadas, em Portugal, mas também noutros locais do mundo, para facilitar a passagem de viaturas e pessoas, mas impeditivas da deslocação do gado ao longo das estradas/caminhos – trata-se das passagens em grelha ou passagens canadianas. Os alunos, na sequência do salvamento daqueles animais, voluntariaram-se para auxiliar o PXV a desenvolver uma pequena investigação, com o intuito de avaliar o efeito de armadilha das passagens em grelha, existentes na zona da Nossa Sra. da Enxara, sobre as populações de batráquios que ali existem. Estamos todos desejosos que cheguem as chuvas primaveris para iniciarmos esta tarefa, mas, desta feita, também incluindo alunos de 11.º ano que, entretanto, integraram o Projecto Xévora Vivo.


Fotografia de passagem em grelha.
(Fonte: própria).


Desenho esquemático de passagem em grelha.
(Fonte: própria).

Alcides Silva (Mestre em Biologia da Conservação, Docente de Biologia e Geologia/Ciências Naturais e Responsável pelo Projecto Xévora Vivo).

quarta-feira, 7 de abril de 2010

IMPORTÂNCIA DAS MASSAS DE ÁGUA DOCE PARA OS ANFÍBIOS

Rela-meridional (Hyla meridionalis)

A água é um recurso estratégico para a Humanidade, pois, permite a manutenção da biodiversidade, dos ciclos naturais e representa uma importante fonte de alimento. Todavia, em resultado das muitas pressões antrópicas a que está sujeito este precioso recurso, em particular as massas aquáticas de água doce, é frequentemente alvo de ameaças que podem pôr em causa a continuidade do desenvolvimento económico e social da população humana, bem como, a longo prazo, comprometer a existência da nossa própria espécie.

Uma situação que está necessariamente associada à manutenção das massas de água doce, mas é, quase sempre, desprezada pela população em geral, e pelos nossos governantes, em particular, diz respeito à conservação das populações de anfíbios que, ao contrário do que se possa pensar, também contribuem significativamente para o bem-estar da Humanidade. Todavia, este grupo de animais vertebrados, enfrenta, de acordo com os especialistas, um declínio global sem precedentes, em resultado da acção conjunta de uma grande diversidade de factores. O declínio, a nível mundial, das populações de anfíbios, inicialmente desprezado pelos herpetologistas, pois, era interpretado como sendo resultado de flutuações populacionais próprias deste grupo animal, é, actualmente, considerado como extremamente gravoso, face às funções evidenciadas pelos batráquios nos ecossistemas, e à sua importância, directa, para a humanidade.

No mundo natural, a batracofauna consegue desempenhar uma grande variedade de papéis, considerados cruciais por muitos especialistas nesta matéria. Um dos papéis que este grupo desempenha, está relacionado com as teias tróficas, pois são seres que actuam como presas e como predadores. Mas os anfíbios também podem constituir importantes indicadores da resiliência e saúde ambientais, a nível global, uma vez que são bons indicadores da poluição devido a utilizarem habitats, quer terrestres quer aquáticos, e ao facto da sua pele ser muito permeável e, consequentemente, muito sensível à presença de poluentes. Os anfíbios possuem, ainda, outra potencialidade, relacionada com o facto de poderem vir a ser importantes fontes de produtos farmacológicos, sendo, inclusive, algumas das substâncias extraídas de anfíbios já utilizadas no fabrico de medicamentos para tratamento de queimaduras, ataques cardíacos ou analgésicos.

Alcides Silva – Projecto “Xévora Vivo”

segunda-feira, 22 de março de 2010

A IMPORTÂNCIA DA VEGETAÇÃO RIBEIRINHA

O regime dos cursos de água da nossa região varia muito ao longo do ano devido à irregularidade da precipitação. No Verão o caudal reduz-se muito, chegando mesmo a secar nalguns troços do percurso dos rios e ribeiras. No período das águas altas os caudais aumentam de tal modo que ultrapassam largamente o leito normal do rio, invadindo as margens. A força da corrente, arrastando sedimentos de vários calibres, tem uma capacidade erosiva muito elevada. No caso de cursos de água em que a vegetação ribeirinha é muito reduzida ou mesmo ausente, o efeito erosivo é devastador porque vai haver um rápido escorrimento superficial para o curso de água e a força da corrente vai desgastar as margens, alargando o leito e arrastando grandes quantidades de materiais que serão depositados quando a força da água diminuir, mais a jusante. Daqui decorre que é fundamental manter a vegetação que se encontra nas margens dos rios e ribeiras, tanto no que respeita às árvores, como ao estrato arbustivo e herbáceo. Este conjunto de plantas tem também como função muito importante facilitar a infiltração da água no solo. A vegetação dos leitos e das margens torna estas áreas permeáveis, permitindo a circulação da água entre o lençol freático e a superfície. Sem o efeito que as raízes têm, ao tornarem os solos menos compactos, a água teria mais dificuldade em se infiltrar para recarregar os aquíferos, afectando as nascentes, as quais podem mesmo chegar a secar.
Muitos outros aspectos há a considerar para que se cuide e proteja a vegetação ribeirinha. No que respeita à actividade agrícola, desempenha uma função de filtro dos poluentes utilizados nas culturas, a maioria dos quais não irá chegar ao curso de água. As folhas que caem das árvores constituem importante alimento para as diferentes formas de vida que se desenvolvem na água, desde os microorganismos que degradam a matéria orgânicas até aos peixes. Abrigando uma fauna muito diversificada, as galerias ripícolas são muito importantes para controlar pragas que afectam as culturas
Qualquer intervenção sobre este ecossistema está sujeita a condicionantes que se justificam plenamente dada a sua importância e também para evitar desastres irreversíveis que já aconteceram em muito cursos de água, resultantes de acções que transformaram artificialmente estes sistemas naturais.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Acção de Limpeza das margens do rio Xévora

No passado dia 20 de Fevereiro, pelas 14.30, decorreu a primeira acção de limpeza das margens do rio Xévora, actividade integrada no Projecto Xévora Vivo.
Contou-se com a participação de 11 voluntários pertencentes a várias instituições de Campo Maior, nomeadamente, a Associação ALDEIA – Projecto RAIA, a Escola Secundária, Academia Sénior e Câmara Municipal. Também contou com voluntários provenientes de Portalegre.
A intervenção foi realizada no local da Nossa Senhora da Enxara ao longo de 500 metros na margem esquerda do rio, de montante para jusante, e cerca de 100 metros na margem direita.
Foram recolhidos cerca de 400 quilos de lixo, entre o qual se encontraram garrafas de vidro e de plástico, latas, caricas, tapetes, pneus, esponjas, baterias de carro, sacos e até mesmo um frigorífico, entre outros materiais inertes..
Devido ao adiantado da hora, tornou-se impossível a recolha nos restantes 4oo metros na margem direita do rio.
A equipa de recolha do lixo ficou impressionada com a quantidade de lixo encontrada nesta pequena área protegida, pertencente à Rede Natura 2000 do Concelho.
A próxima acção de limpeza será agendada para uma data a anunciar, posterior às festas da Nossa Senhora da Enxara, de modo a inferir o impacto, em termos de poluição por inertes, deste evento neste património natural.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Acção de limpeza de um troço de 500m das margens do rio Xévora, terá lugar a 20 de Fevereiro, sábado após o carnaval. A partida será na Avenida da Liberdade, às 14.30, onde estará o transporte da Câmara Municipal de Campo Maior. Esta iniciativa está a cargo do Projecto RAIA, sendo desenvolvida pela equipa do Xévora Vivo, elementos da Escola Secundária de Campo Maior e da Academia Sénior de Campo Maior. Gostaríamos de contar com a vossa presença.

As inscrições poderão ser feitas através do email proj.raia@gmail.com ou poderá dirigir-se ao gabinete da Academia Sénior das 14h às 18h.
A água é essencial para sustentar a vida e deveria ser preservada, mas, infelizmente, nem sempre isso acontece. Esta situação põe em risco a sobrevivência de bastantes seres vivos e pode ter graves consequências na saúde dos seres humanos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde "Um curso de água considera-se poluído logo que a composição ou estado da água são directa ou indirectamente modificados pela actividade humana, de tal maneira que a água se presta menos facilmente às utilizações que teria no seu estado normal. (...)”
Um dos grandes problemas dos rios, e falando do Xévora em particular, é a poluição causada pelo acumulação lixo urbano.
Em condições normais, os rios renovam-se por si mesmos, através da acção de seres vivos aquáticos. Com a poluição excessiva, essa renovação torna-se mais difícil para além de ficar mais lenta.
Assim, torna-se necessário uma consciencialização e responsabilização por parte do Homem.
Se não forem tomadas medidas de prevenção antes da água estar completamente degradada, será então bastante mais dispendioso para as autoridades competentes por em prática as medidas de recuperação que então serão necessárias.
Ouve-se dizer muitas vezes que é necessário limpar as margens do rio cortando a vegetação de forma a evitar cheias. Porém, a decomposição das folhas é a principal fonte de energia de invertebrados aquáticos que servem de alimento a peixes para além de prevenir cheias, uma vez que as raízes permitem a infiltração da água no subsolo e evitam a erosão das margens.
Com o objectivo de consciencializar e responsabilizar a população campomaiorense, vai ser realizado, com o apoio da Câmara Municipal de Campo Maior e da Delta Cafés, uma acção de limpeza das margens do rio Xévora, na zona da Nossa Senhora da Enxara, no dia 20 de Janeiro. Quem estiver interessado em participar, deve dirigir-se à direcção da Academia Sénior de Campo Maior ou enviar uma email para proj.raia@gmail.com.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A primeira saída da equipa do projecto 'Xévora Vivo'




O Projecto Xévora Vivo arrancou no passado domingo, dia 13 de Dezembro, com a primeira saída de campo.

Nesta primeira saída os alunos efectuaram algumas medições e observações que lhes vai permitir conhecer melhor o rio Xévora, neste caso, em quatro pontos equidistantes de um troço de 500m na zona do Santuário da Nossa Senhora da Enxara.

Primeiro fizeram-se algumas medições, como a transparência da água, mediu-se o pH, a profundidade e a largura do leito do rio, a temperatura da água e a velocidade da corrente.